terça-feira, 10 de maio de 2011

Nota de esclarecimento

Aviso a galerinha: Pagode é casa de japonês. Templo de Brama ou Buda, Manja? Pode ser tambem encontro de sambistas ou festa do Samba.


Minha avó, o Coelhão da (rua) Nagé, ficava brava quando eu dizia que ia pro maior pagode. Era um Deus nos acuda. A velha endoidava:

Esse menino não vai ser coisa boa na vida! (Tá! Piada pronta). Mas cresci e tô aqui na maior. E olha que frequentei muitos Sambas e batuques pelaí.

Para explicar Samba, o que é difícil, temos de investigar uma série de personagens que passaram pela história do Brasil e sómente agora estão reconhecidos como responsáveis pela diversidade ritmica brasileira.

Lá atrás, por volta de mil setecentos e pouquinho, tínhamos Domingos Caldas Barbosa, negro, na época falavam "mulato", filho de portugues com escrava, e o Lundu. Talvez tenha sido o nosso Domingos Caldas Barbosa o grande responsável pela disseminação desse batuque gostoso que hoje desfrutamos. O gajo era poeta (tirava partido/repentista)e, afirmam alguns pesquisadores, tocava uma viola "bem tocada".

Depois, a gloriosa Chiquinha Gonzaga, negra, filha de militar com uma angolana, foi a primeira mulher a reger uma orquestra brasileira, e dizem, frequentava rodas de Lundu. Afirmam até que ela compôs um lundu pro seu Maxixe, exímio dançarino das rodas de Lundu.

Certa vez o Lundu foi proibido.E o foi por decreto do imperador. O maxixe também. Não o seu Maxixe, mas a dança que levava o nome.

Mas o povão tá nem aí!Vamos dançar e cantar. Eis o espírito do brasileiro, nada é mais gostoso, nada é mais prazeroso que uma batalha de confetes. Entregar-se a marcação de uma batucada e deixar fluir toda brasilidade. Hugo Carvalho Ramos em seu "Tropas e Boiadas" (1917) narra o prazer de assistir aos requebros febris dos negros no Lundu.

Proibições? Perseguiições? O Samba sempre foi perseguido e proibido. Por isso fazemos. Em 1838 o Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama (Pe)escreveu a todas autoridades e fez publicar em revista, carta condenando o "Samba do Almocreve", e batizou-se o samba, pois foi a primeira vez que a palavra foi escrita no país.

O Samba é assim. Aparece, se faz presente, encanta, vai e volta qualquer dia desses. Morrer? Jamais. Samba é o espírito do brasileiro, e a alma carioca, é a cronica do dia a dia, é a expressão do povão, é o pulsar da nação, é a negritude latente, é o orgasmo da felicidade.

Mas pagode é casa de Japonês.

Pra encerrar, só mais um recadinho:

Quem tem raiz é árvore e, segundo minha bela odontóloga, dente também.

É isso aí

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