domingo, 19 de junho de 2011

Coisa de segunda

As vezes me perguntam sobre minha convicção de far0feir0. Sempre respondo, educadamente, que far0feir0 é o cara independente. Pega seu pandeiro, chocalho, surdão, repique, tarol, xanquerê, alfaia ou qualquer outro instrumento de percussão brasileiro, e sai por aí fazendo seu carnaval.

Sinceramente não dá mais pra ficar vendo TV. Aliás, nunca fui muito disso mesmo.é tal de bignãoseiquê, domingões todos iguais, bacanas fazendo gracinhas pra divertir pobres, modelitos que não conseguem pronuniar "telespectadores", outras modelitos que acham que Beethoven é nome de anticoncepcional, apresentadores irritantes explorando a desgraça alheia, enfim, de tudo que não presta a TV transborda.

Daí, o melhor é reunir grupos e sair pra encontrar a cultura brasileira e libertar-se da cultura midiática. Lógico que cê vai esbarrar na chamada "cultura de periferia". Mas já há uma fusão de ritmos e cores que te arremetem a um avanço cultural natural. Nada plástico, pasteurizado.

Então é isso. Ser far0feir0 é ser arriscante (como disse uma amiga). Se deixarem faço do espaço cedido um pouco de música e arte. Bem popular. Bem Brasil. E assim vou. Ou vamos. Brasilia a fora, instrumentos à mão e liberdade para criar. Assim é o Far0fã0. Um movimento que espera acordar um monte de gente para um monte de coisas boas produzidas no Brasil, mas que estão escondidas pela força das imagens do século21.

O Far0fã0 é importante pois é natural. O Far0fã0 diz muito pois abre espaços para a música, poesia e arte popular. O Far0fã0 aposta na mudança, briga pela mudança e agrega pessoas que clamam por mudanças.

Num país onde a fila para inscrição no BBB é maior que a de concurso para professores, o Far0fã0 é importante.

E tenho dito.


coisas de segunda por Valerio carioca

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